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27 de agosto de 2011

Arte de Sangue - Capítulo 02

Normalmente só posto no blog durante a noite, porém hoje acordei empolgado, portanto irei postar o segundo capítulo agora de manhã, o que pode resultar em post duplo hoje.

Mas não fiquem felizes, eu disse que pode resultar em post duplo, não disse que vai ter post duplo.

Recapitulando: Antonello, o personagem principal, estava na taberna conversando, quando Bramante, o arquiteto, conta sobre os planos de Lourenço de Médici, que queria fechar negócios com um sultão em troca de guardas pessoais.



Capítulo 02
Noite Florentina

   Saio da taberna prossigo andando pela estreita rua de pedras que passa em sua frente, sigo andando em direção norte, apreciando a paisagem noturna da cidade, com as casa próximas da rua, sem nenhum recuo, tornando assim tudo tão claustrofóbico, e devido as curvas sinuosas do caminho, faz com que tudo torne-se mais misterioso, nunca se sabe o que espera após a próxima construção, afinal, a iluminação não é muito forte, já que está é proveniente um pouco da lua, mas em sua maior parte das tochas presas ao lado das portas das casas, algumas já apagadas, fazendo assim ficar ainda mais escuro.

   Eu sabia que a melhor escolha a ser feita a este horário era me dirigir para minha casa, pois neste horário eu só encontraria bandidos, bêbados, moribundos, leprosos, mendigos e vez ou outra algum estrangeiro perdido. Mesmo sabendo o que seria o melhor a se fazer, eu não o faria, pois estava em busca de um trabalho e agora, provavelmente, tinha encontrado um, precisava me encontrar com Lourenço de Médici.

   Após algum tempo relativamente curto de caminhada eu já havia chegado em uma rua mais larga, onde as construções já eram de altura mais elevadas e mais detalhadas, mostrando que o poder aquisitivo de seus proprietários era maior que a média da população de Florença. Era muito comum nestas propriedades, existirem bancos encaixados nas paredes das faixadas, para as pessoas sentarem e descansarem. Porém em uma das casas que passei tais bancos não existiam, no lugar havia algumas pequenas fontes de água, assim como tigelas grudadas na parede, todas repletas de enfeites, feitas em mármore, entalhadas em forma de conchas do mar, sustentadas por estátuas de peixes cruzados, lembrando algo clássico, vindo diretamente de alguma cidade grega ou romana de 2 mil anos atrás.

   Me aproximo de umas dessas fontes e olho para a água, devido a fraca luz de uma das tochas que iluminava a rua, era possível ver meu reflexo na água. Uma face castigada e bruta, sobrancelhas grossas, e cílios longos escondendo a cor dos olhos, que era um meio tom entre verde e castanho, a costeleta estava comprida a ponto de juntar-se a barba e transformar-se em uma única forma, devido a barba também estar igualmente comprida, escondendo assim mais detalhes do rosto e da boca, ainda era possível perceber o nariz, este era avantajado. A roupa era de cores mortas, toda em tons de cinza e marron, com uma capa cinza escura que escondia muito detalhes, com um capuz junto dela, este estava abaixado, portanto era possível ver o cabelo relativamente longo, que chegava pouco abaixo da altura dos ombros, eram castanhos, da cor de um noz, como aquelas que eram vendidas nos mercados trazidas das Índias Orientais.

   Era o ano de 1492, Florença era uma cidade nobre, centro intelectual, e Lourenço de Médici, uma pessoa nobre e de carga intelectual que estava a altura da cidade, jamais receberia alguém como eu, pelo menos não na atual situação que eu me encontrava, precisava arrumar roupas melhores e mudar um pouco a aparência, fazendo parecer menos um mendigo. Mesmo eu não querendo, não havia escolha, eu teria que ir para casa e procurar pelo patriarca dos Médicis apenas no dia seguinte.

   Entro mais uma vez em uma das ruas escuras e estreitas da noite florentina, mas agora indo para minha casa.

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