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28 de agosto de 2011

Arte de Sangue - Capítulo 03

O blog pode estar começando a ficar chatinho com apenas o mesmo tema sendo postado, melhor dizendo, com apenas capítulos do livro sendo postados.

Mas eu tenho uma desculpa, quero finalizar essa ideia, eu disse que quero finalizar essa ideia, não a história, portanto, continuarei escrevendo mais capítulos até a ideia desta parte da história ser finalizada, o que bem provavelmente seja hoje.

Recapitulando: Antonello sai do bar e cruza a noite florentina, para se encontrar com Lourenço de Médici, mas percebe que sua aparência de mendigo não ajudaria nesta missão.



Capítulo 03
Lourenço, Estou Aqui!

   Andando pelas ruas finalmente chego a minha casa, pego a chave que estava presa por uma corda feita de algumas folhas vindas de fora, que depois de tratadas por um processos que desconheço, tornam-se cordas bastante resistentes, tanto que são usadas em navios, principalmente as grandes caravelas e fragatas espanholas, portuguesas e inglesas. Com a chave abro o pesado cadeado que prendia as correntes que mantinham a porta de madeira fechada.

   Entro em casa, com chão, forro e paredes feitos de madeira, tábuas cuidadosamente desdobradas, que agora formavam o que eu chamava de lar. A casa era humilde, composta por apenas três cômodos, a cozinha, onde estava a entrada da casa, com cadeiras e mesa todas feitas por meu pai, que já havia morrido algum tempo atrás, também havia o quarto, onde havia apenas uma cama, também feita pelas mãos de meu pai, por último, existia um banheiro.

   Sigo para o banheiro, pego em cima de um pequeno balcão no canto do cômodo uma navalha e duas tigelas de barro, preencho as duas com água, uma delas usaria para ver meu reflexo, a outra para molhar o rosto e limpar a navalha quando fosse necessário. Corto a barba, toda ela, rente a pele, revelando assim algumas cicatrizes do passado, também aparo as costeletas, deixando-as na altura das orelhas, tornando assim a face mais limpa e apresentável. Após tal fato parto para o quarto, onde troco de roupa, retiro a capa cinza e coloca minhas melhores roupas, que usava apenas em ocasiões especiais, como em missas.

   Ainda era noite, porém não possuía muito tempo, precisava partir logo e encontrar Lourenço de Médici. Sabia onde era a sua casa, assim como grande parte dos moradores de Florença também sabiam, era para lá que eu iria, caso ele não estivesse lá, pelo menos conseguiria alguma informação sobre seu paradeiro.

   Após mais algum tempo andando pelas escuras ruas da cidade, havia chegado no palácio dos Médici, sabia que todos deveriam estar dormindo, porém o assunto não poderia esperar, eu estava sem dinheiro e se separasse pelo dia seguinte, poderia perder aquele precioso trabalho.

   Bato fortemente na porta principal da moradia dos Médici, com a intenção de acordar alguém, que pudesse me atender, então eu explicaria o que estava acontecendo, porém ao dar as batidas a porta foi empurrada e aberta, revelando assim que havia sido arrombada, fazendo assim meu coração se encher de desespero e esperança ao mesmo tempo.

   Eu sempre fui um ótimo guerreiro, nunca fui dono de uma grande força física, agilidade razoável, reflexos sempre estavam em dia, com um conhecimento sobre armas relevante em batalha, porém, com estratégias e técnicas de batalha insuperáveis, tornando-me assim mortal contra a grande maioria das pessoas. Como recebi tal dom das mãos de Deus, levei minha vida me aproveitando dele, como guarda, caçador de recompensas e também fazendo alguns favores para várias pessoas em troca do pão.

   Sabia que Lourenço e sua família corriam perigo, pois os boatos de Lourenço estar montando seu pequeno exército pessoal com o intuito de combater a criminalidade estava se espalhando rápido, todos sabiam que os Médicis tinham poder o suficiente para tal feito e cm um pouco de suar poderiam limpar o mal de toda Florença. Nenhum assassino, ladrão, estuprador ou semelhante aceitaria tal fato e procurariam por Lourenço e tentariam o matar, por isso eu estava o procurando, para oferecer meus serviços. Agora poderia ser tarde demais, mas também ainda poderia haver tempo, caso eu conseguisse salvar os Médicis, meu pão de cada dia estaria garantido.

   Subo rápido e sorrateiramente as escadas, chego ao segundo andar, esperando encontrar alguém por lá, mas como em todas as casa nobres de Florença, o segundo andar era o Piano Noble, onde normalmente eram recebidas as visitas mais importantes, era o coração da casa, com todas as suas luxuosas salas, repletas de obras de artes feitas pelos melhores artistas daquela época. Ninguém estava lá, então possivelmente estariam no terceiro andar, onde ficavam os dormitórios, para lá me dirigi, rápido e sorrateiramente de novo.

   Cheguei a tempo de ver um vulto entrando em uma das portas, o segui, ele havia entrado em um dos quartos, estava com uma espada na mão, em sua perna, dentro de um suporte de couro havia uma adaga, cheguei por trás do indivíduo e arranquei-lhe a adaga, quando este virou-se para meu lado devido ter sentido sua adaga ser retirada, antes mesmo de ter tempo de atacar-me com a espada, pasei a adaga em seu pescoço e segurei seu corpo com uma mão, evitando-o de cair e causar barulho e com a outra tampei-lhe a boca, também para evitar barulho.

   Então escutei barulhos vindo do quarto ao lado, corro para lá e vejo a cena que eu mais desejava não ter acontecido, um assassino estava com a espada enfiada no peito de Lourenço, aquele eu vim para proteger. O bandido olhou em minha direção e correu para a janela, abandonando sua espada ali e pulou para fora do edifício.


   - Assassino!

   Seus irmãos prepararam-se para vir para cima de mim, não havia como eu me explicar, então naquele momento resolvi que era melhor eu fugir e resolver o problema depois. Corri para o lado do cadáver, tentando não mostrar o rosto, arranquei a espada do peito do patriarca dos Médici, corri para a janela por onde o assassino havia pulado, vi que havia algumas tentadas logo abaixo, o que amorteceria a queda. Pulei, rezando para não me ferir, ao finalmente receber o impacto contra o chão, me levantei, com alguma dor nas costas, olhei ao redor para ver se conseguia avistar o assassino, porém este já havia sumido. Não ousei olhar para cima, apenas corri ao longo das estreitas ruas, voltando novamente para minha casa, descansar, só voltaria a pensar no assunto no dia seguinte.

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